Árvores antigas de São Paulo， plantadas há mais de 60 anos no primeiro plano de arborização da cidadefortune tiger pg slot png， desafiam a prefeitura e mobilizam pesquisadores sobre seus cuidados diante do risco agravado de queda trazido pelas mudanças climáticas.

Exemplares de grande porte， como as tipuanas (Tipuana tipu)， espécie que tombou na chuva do último dia 12 e vitimou um motorista de táxi， começaram a integrar a paisagem urbana da capital por meio da Companhia City， que loteou bairros na zona oeste， como Pacaembu， Jardim América， Alto da Lapa， entre outros， até a década de 1970.

Na época， foram escolhidas árvores com crescimento rápido e grande capacidade de produzir sombra， como o ligustro. Por não terem o porte indicado para o meio urbano， hoje， essas mesmas copas disputam espaço com fios， e as raízes se espremem nas calçadas de concreto.

O biólogo Marcos Buckeridge， professor do Instituto de Biociências da USP， explica que própria idade avançada das árvores é o primeiro sinal de risco de queda， já que as estruturas se enfraquecem com o passar do tempo. "Podem cair e levantar a raiz， por isso， deveriam ter manutenção específica"， diz.

O especialista ressalta que as mudanças climáticas， capazes de provocar tempestades mais intensas com rajadas de vento， agravam o risco. "Naquele dia [quarta-feira] o vento em excesso pode ter sido canalizado entre os prédios e chegado acima de 80 km/h. Não há árvore que resista."

Ele se refere ao chichá (Sterculia chicha) de mais de 30 metros e com idade estimada em 200 anos que tombou no largo do Arouche， na região central.

Questionada， a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) por meio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente não respondeu se há um método específico de cuidado nesses casos e afirmou que está em estudo o termo de referência para novo inventário arbóreo para "quantificar e qualificar as árvores na capital". O documento é uma fase preliminar e faz parte do planejamento para a contratação do serviço.

Segundo a prefeitura， o efetivo de 129 equipes podou 163.808 árvores em 2024， um aumento de 39% em relação a 2019. "As equipes em atuação hoje têm cerca de dez colaboradores supervisionados por um engenheiro agrônomo cada uma e estrutura adequada de equipamentos para agir em casos preventivos e de emergência. Cabe ressaltar que todas as podas são feitas respeitando a saúde das árvores， com um intervalo de três meses"， declara a gestão Nunes， que acrescentou que mais 157 mil árvores foram plantadas na capital de 2023 a 2024.

Para Buckeridge， as árvores precisam ser tratadas como pacientes. "Você faz uma inspeção e você olha. O problema é que são 650 mil árvores， então você precisa ter uma equipe bem montada， treinar essa equipe， ter um conhecimento e espalhar essa equipe para que você faça visitas periódicas."

O dado que ele cita de um levantamento de 2015 contratado pela pasta de Subprefeituras que identificou 652.146 árvores em calçadas e canteiros centrais na cidade. A observação deve ser combinada com o uso de tecnologia， inclusive para saber como podar uma árvore sem condená-la nem criar risco de acidentes. Uma técnica que tem sido estudada por Buckeridge e colegas da Escola Politécnica da USP é o algoritmo de poda. Após a análise da planta com um scanner， é possível saber —até o momento， matematicamente— quanto pode ser podado de uma árvore sem afetar sua saúde. Outra solução seria o uso do Google Street View para olhar a evolução da árvore ao longo dos anosfortune tiger pg slot png， incluindo procedimentos como as podas.

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